Na sexta semana de protesto o Occupy Wall Street está definitivamente incorporado ao noticiário.
No mundo inteiro pipocam ocupações, Europa, Oceania e agora no Brasil, como a ocupação da Cinelândia , no Rio e do Vale do Anhangabau, em São Paulo.
Demorou para o movimento chegar ao Brasil e não sabemos se aqui ele poderá ter o mesmo apelo que no hemisfério norte, já que a percepção da crise econômica é muito maior por aquelas bandas. Aqui ainda estamos surfando na onda de otimismo advinda do período Lula, quando milhares, ou milhões de pessoas passaram a ter acesso ao mercado consumidor.
É verdade que isso foi uma conquista para o país, porque afinal de contas é do espírito da época a necessidade e o desejo do consumo. Por que só um pequeno grupo teria direito às invenções necessárias ou não criadas pela indústria moderna? É verdade que muitas dessas invenções são absolutamente inúteis mas é criado em todos nós o desejo de possuí-las.
Mas o OWS nos avisa que esse consumo desenfreado ligado a ganância das grandes corporações financeiras, são os responsáveis, além dos irracionais gastos militares, especialmente nos EUA, pela instalação da crise.
No Brasil há uma demanda por questionamentos com relação ao alto grau de corrupção no Legislativo e no Executivo, mas o que muitos temem é o espírito udenista contido em certos grupos que se manifestam contra a corrupção, estando o próprio judiciário sendo visto de forma comprometida por setores mais democráticos da sociedade brasileira.
Juntar a idéia do OWS com protestos contra a corrupção mantendo o viés democrático será um desafio para aqueles que querem se unir ao grito internacional dos excluídos, pois se não há uma crise econômica violenta entre nós, há questões serias que precisam ser expostas em praça publica para que avancemos no nosso processo civilizatório.