Jean Paul Sartre escreveu um livro chamado "Relato de uma guerra estranha". Estava lotado no exército francês durante a 2a guerra. No início da guerra, antes da França ser ocupada. Pouco tempo antes. Não parece, pelos relatos, que uma tempestade se aproximava e na verdade a tempestade chegou muito tempo depois. Praticamente na hora do rescaldo, como aparece naquele filme cujo diretor não recordo o nome, "Lacombe Lucien". Ou seja a tempestade veio disfarçada nos colaboracionistas. Felizmente os franceses tinham a resistência e essa os salvou do desastre moral em meio ao desastre histórico.
Mas não é sobre isso esse texto. É sobre meu ano de 2010, um ano estranho. Estranho porque não ficou claro o quanto realmente de ruim aconteceu, porque foi como no livro do Sartre, coisas ruins dissolvidas no cotidiano inquestionável.
Claramente não posso citar acontecimentos. Poderia citar antiacontecimentos, situações onde se percebe que coisas disparatadas ocorrem, mas nomea-las é dar-lhes mais valor do que possuem.
É estranho essa época, ou melhor esse ano, porque tudo pode ser justificado nos parametros individuais, idiossincráticos ou egocêntricos e aí o valor das justificativas se esvaem pelo ralo da vaidade.
(Valeu pelo Eclesiastes, Heleno).
A composição do ano, nao revela sua complexidade subjacente. O gosto dos desacontecimentos são como vertigens de Alice, só no espelho.
A guerra para Sartre, chegava, mesmo ele estando na caserna, pelo rádio.
Minha guerra taí. No estranho cotidiano das idiossincrasias insensatas.
To be continued---------------or not
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
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