domingo, 29 de maio de 2011
sexta-feira, 27 de maio de 2011
cavalos marinhos vivem em copos de plástico
Há muito tempo esse país não tinha uma semana tão ruim, daquelas que dizem - porra, você é só isso mesmo?
Nessa semana, em breve esquecida, o congresso nacional, com c e n minúsculo, votaram a nova lei florestal.
Para a alegria dos ruralistas! E me pergunte: ruralista é um adjetivo engrandecedor?
O cacete - eu respondo - na verdade esse país, no qual nó somos umas bestas, é refém desses ruralistas que herdaram a doença colonial.
Que congresso, com c minusculo é esse?
Aí, então, dois ambientalistas são mortos no Pará.
O que é o Pará?
A imprensa constrói seu discurso a patir das jovens idéias de jovens mentes que vem das faculdades onde pesoas que se acham descoladas estão descontruindo algo que elas nem sabem o que são.
Talvez velhas idéias. Pensadores que se auto constrõem...
O kit anti homofobia foi trocado pelo apoio, das bancadas evangélicas, para aquele cara de Ribeirão Preto.
Isso deve ser um sentido de ética ao contrário.
Esse aqui é meu blog e só posso dizer pra tudo isso: filha da putisse/putice...(saber escrever é poder).
quinta-feira, 26 de maio de 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Beatriz
Um lugar tranquilo em Porto de Galinhas. Sentamos para conversar e beber alguma coisa.
De fundo só o barulho do mar e o vento ora forte ora leve, mas murmurante e assim estavamos ali, felizes.
De repente um estrondo e mais outro e eles vinham da praia, abaixo da mureta.
Incomodado vou ver o que é e vejo dois garotos e uma garota soltando aquela amolação.
Digo que ali não era o lugar de soltar aquela bomba.
- A cabeça de nego? pergunta a garota me olhando e sorrindo.
-Sim, respondo - por que fazer isso?
-Eu gosto ela, me responde com o sotaque macio de Pernambuco e continua: - Cobrinha pode?
Pergunto o que é cobrinha e ela me responde mimicamente. Pelos gestos imagino aquilo que no interior de Minas se chamava, na minha infância, de busca pé e que sempre me apavorou como se fosse um demônio rastejante, feito de fogo.
A garota sobe o muro, pula-o, entra no bar. O garçom a repreende, ela pergunta -E tu, por acaso manda em mim?
Ela é bonita, está com um vestido que foi um dia branco, mas agora está cheio de tinta, pois ela depois me diz que também faz pinturas em azulejos, pequenos quadrinhos que muitas crianças vendem na praia.
Seu cabelo está totalmente desalinhado, ela é descolada, pergunta coisas e diz -Aposto que pelo sotaque vocês são do Rio. Rimos.
Mostra outras coisas que sabe fazer, como uma especie de bolsinha feita a partir de caixa de leite e coberta com chitão.
Está na quinta série, está com 10 anos, o que significa que está na série correta.
Arretada, pimentinha, afirma que não faz bagunça em sala de aula e que suas notas são boas.
aponta que mora para lá, dando a entender que é longe dali.
Há uma doçura em sua figura, mas há também a imagem da infãncia em risco, daquela que por um triz pode cair nas covardias da vida. Nas faltas que só insensiblidade brasileira pode produzir.
A beleza do lugar foi descontruida e reconstruida a partir de Beatriz.
- Boa sorte garota.
Recife 2011
A cidade é passada pelo rio
como uma rua
é passada por um cachorro;
uma fruta
por uma espada
O rio sabia
daqueles homens sem plumas.
Sabia de suas barbas expostas,
de seu doloroso cabelo
de camarão e estopa.
Por que é na agua do rio
que eles se perdem
(lentamente
e sem dente)
Ali se perdem
(como uma agulha não se perde).
Ali se perdem
(como um relógio não se perde).
E espesso
por sua fábula espessa
pelo fluir
de suas geléias de terra;
ao parir
suas ilhas negras de terra.
Trechos do poema O cão sem plumas, de João Cabral de Melo Neto
terça-feira, 17 de maio de 2011
Seu Antonio da farmácia
Acho que toda cidade, mesmo as muito grandes possuem alguém como o senhor António.
O senhor António, que conheço desde minha adolescência foi o farmaceutico ao qual todos podiam recorrer para tentar se curar de suas enfermidades, sem pagar ao medico particular, considerando que na minha adolescencia não havia SUS, nem UPA e nenhuma dessa siglas, que quem é jovem deve achar que sempre existiram.
O Brasil já foi um lugar muito mais difícil de viver do que é hoje, por isso gente como seu António sempre foi muito valorosa.
Seu António atendia na farmácia São Sebastião em Três Rios e mesmo eu sendo juizforano sabia dele pelos meus avós "trirrienses". Depois com meus pais vivendo em TR conheci-o pessoalmente e sempre gostei de sua figura de terno branco resolvendo as "perebas" de todo mundo.
Eu mesmo recorri a ele algumas vezes, por exemplo, quando voltei com um bicho do pé de Ibitipoca, sabe como é, as vezes quando se é jovem, ou mesmo depois, se chafurda na lama. Seu Antonio me tirou o bicho e até riu do meu urbanoidismo exagerado, por não saber o que era aquilo.
Seu António deve ter salvado, ajudado muito gente sem plano de saúde, sem dinheiro, sem saco para ir a um médico ou hospital.
E que eu saiba, não cobrava nada de ninguém, no máximo o que sugeria que se usasse podia ser comprado na farmácia, mas em geral nem sugeria nada.
Seu Antonio foi ficando velho, que é o que nos acontece e morreu, não sei, mas com mais de 70 anos.
Eu só fiquei sabendo depois do enterro e confesso que me entristeci, pois perdemos alguém valoroso, ahhh, sempre perdemos...
Então fica aqui esse registro e essa lágrima, por seu Antonio da farmácia.
O senhor António, que conheço desde minha adolescência foi o farmaceutico ao qual todos podiam recorrer para tentar se curar de suas enfermidades, sem pagar ao medico particular, considerando que na minha adolescencia não havia SUS, nem UPA e nenhuma dessa siglas, que quem é jovem deve achar que sempre existiram.
O Brasil já foi um lugar muito mais difícil de viver do que é hoje, por isso gente como seu António sempre foi muito valorosa.
Seu António atendia na farmácia São Sebastião em Três Rios e mesmo eu sendo juizforano sabia dele pelos meus avós "trirrienses". Depois com meus pais vivendo em TR conheci-o pessoalmente e sempre gostei de sua figura de terno branco resolvendo as "perebas" de todo mundo.
Eu mesmo recorri a ele algumas vezes, por exemplo, quando voltei com um bicho do pé de Ibitipoca, sabe como é, as vezes quando se é jovem, ou mesmo depois, se chafurda na lama. Seu Antonio me tirou o bicho e até riu do meu urbanoidismo exagerado, por não saber o que era aquilo.
Seu António deve ter salvado, ajudado muito gente sem plano de saúde, sem dinheiro, sem saco para ir a um médico ou hospital.
E que eu saiba, não cobrava nada de ninguém, no máximo o que sugeria que se usasse podia ser comprado na farmácia, mas em geral nem sugeria nada.
Seu Antonio foi ficando velho, que é o que nos acontece e morreu, não sei, mas com mais de 70 anos.
Eu só fiquei sabendo depois do enterro e confesso que me entristeci, pois perdemos alguém valoroso, ahhh, sempre perdemos...
Então fica aqui esse registro e essa lágrima, por seu Antonio da farmácia.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Maiakovsky
apenas para lembrar:
um tributo de estrelas
a noite impôs ao céu
só escrevo isto
por estar diante da noite
com estrelas
cintilantes.
a canoa.
amor.
um tributo de estrelas
a noite impôs ao céu
só escrevo isto
por estar diante da noite
com estrelas
cintilantes.
a canoa.
amor.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
135 lado esquerdo desaparecido
Esse é o nome de um video experimental feito para o Cineclube que funciona na escola municipal Quilombo dos Palmares, no bairro Sagrado Coração, em Juiz de Fora, com alunos do segundo segmento do ensino fundamental.
Infelizmente o blogger não aceitou o formato no qual ele estava e por falta de tempo não fiz outras tentativas de posta-lo, mas o que interessa aqui é que o projeto do cineclube tem sido muito bom e alguns alunos já fazem seus filmes no celular e em breve serão postados num outro blog.
Em tempo 135 é o número do ônibus que vai até o bairro citado.
Infelizmente o blogger não aceitou o formato no qual ele estava e por falta de tempo não fiz outras tentativas de posta-lo, mas o que interessa aqui é que o projeto do cineclube tem sido muito bom e alguns alunos já fazem seus filmes no celular e em breve serão postados num outro blog.
Em tempo 135 é o número do ônibus que vai até o bairro citado.
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