quarta-feira, 29 de junho de 2011

círculo

um texto é lido para sempre
e sempre é
um outro texto
pois um outro dia nasceu
um outro jornal foi publicado
um outro, o mesmo, homem
levantou de sua
cama
um outro corte
foi feito
com a navalha
agora, aliás,
barbeador.
um outro trajeto
foi feito
na cidade,
uma outra traça
escala
a parede.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Galeão

Uma ida ao aeroporto do Rio me fez pensar em muitas coisas.
Primeiramente sobre as críticas que tantas pessoas fazem a Infraero. Conclui que as críticas são válidas.
A sinalização é péssima, com a rapidez do trânsito, porque parece que todos os motoristas estão atrasados e precisam correr deseperadamente, as poucas placas quase não são vistas. E são placa sa mal feitas pois confundem a base aérea com o aeroporto em si.
O estacionamento está no seu limite pois muitas pessoas deixam seus carros ali enquanto viajam e as vagas rareiam, causando filas de espera para aqueles que estão chegando e ninguém anda tolerando ficar em fila, não somos japoneses.
A falta de educação dos que trabalham no aeroporto é triste de se constatar. Assisti a uma discussão bem violenta entre um funcionário do estacionamento e um motorista. Chegaram aos berros, por pouco não chegavam a algo mais radical.
O aeroporto está mal cuidado desde a área externa até a área interna.
Fiquei pensando em como vai se receber tanta gente na época da Copa do Mundo.
É preciso que muitas mudanças ocorram, principalmente um treinamento visando civilizar os que lá trabalham.
O estranho é que nunca tinha sentido isso tão claramente como dessa vez, parece que as coisas estão é piorando.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Outono no jardim da casa de minha mãe



Pois é, o manacá da serra, mesmo no vaso ficou assim florido. Em Ibitipoca há dessas árvores com mais de 20 metros de altura.
As orquideas começam a florescer.
É outono no Brasil.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Fim do outono no Brasil




É verdade que no Brasil não existem as quatro estações tradicionais da área temperada da Terra, mas mesmo assim é possível observar as mudanças que se processam na natureza.
Aqui no Sudeste, especificamente no Vale do Paraíba Fluminense, desde o início do outono vemos a secura se estabelecer, de fato de maneira bem rápida.
Os morros estão secos, marrons ou pretos se levarmos em conta as queimadas que ocorrem pelos mais diferentes motivos, mas principalmente pela ignorância humana.
Mas surpreendentemente há cada vez mais cores na paisagem. Primeiro porque a luz está clara, como se o brilho solar não precisasse cortar nuvens opacas para chegar até nós, e é basicamente isso mesmo. Segundo porque nosso outono também tráz flores: na Praça da Autonomia em Três Rios há jasmineiros florescendo, e tanto lá como na Praça São Sebastião florescem os ipês rosas. Ou na beira da estrada essa árvore (foto acima), que foi se tornando dourada ao expor suas vagens. Vejo manacás da serra explodindo em cores, isso para não citar algumas orquideas que já começaram seu desfile de cores e formas.
Estou escrevendo e parece que faço uma redação escolar sobre a primavera. Mas é outono, fim de outono, no Brasil e como sempre, se prestarmos atenção ao que se passa a nossa volta, poderemos nos surpreender, para o belo ou para o feio. Mas ai já é para citar Oscar Wilde, deixo para depois.
Veja novas fotos em próximas postagens. 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Cenas de Ibitipoca - MG


quarta-feira, 8 de junho de 2011

r-u-a-s project

quinta-feira, 2 de junho de 2011

As praças

Leio um interessante livro sobre o tráfico de escravos para o Brasil. Como é um livro acadêmico os autores evitam a perplexidade diante daquela diáspora e também holocausto.
Mas sempre me choco com aquele acontecimento grandioso, épico mesmo, mas que é doloroso, pois ali, antepassados de tantas pessoas sofreram em favor do enriquecimento de nações e pessoas cujos escrúpulos eram insensíveis àquelas atrocidades, dentro da lógica que eles escolheram, porque podiam ter feito outras escolhas.
Não se pode julgar o passado, dizem os historiadores, temendo o anacronismo.
Mas não se trata de julgar, embora haja uma reparação a ser feita, uma conta a ser paga, pois o passado não passa simplesmente.
Olho meus alunos enquanto fazem suas tarefas em sala. É bem melhor ver esses jovens estudando, jovens de todas as cores do que imagina-los no nosso triste passado escravista.
Dá um certo conforto imaginar quantas possibilidades eles têm pela frente.
Volto a pensar em Beatriz e ela também estará numa sala de aula e isso conta muito para o futuro.
mas não sejamos ingénuos. A escravidão está aí, a exploração, a violência, basta ver o noticiário e isso em qualquer estado do Brasil.
Jovens em risco, os que defendem a floresta estão em risco, a liberdade de expressão está em risco.
Temos muita coisa para defender e as praças estão vazias.