quarta-feira, 28 de setembro de 2011

máquina fotográfica

Num acidente, minha máquina fotográfica caiu da cadeira no hotel.Fiquei atônito ao descobrir que ela, desde aquele momento estava feridade morte, em terra estrangeira. Senti que perdia paisagens, gentes, sorrisos e olhares.
Mas não dizem: ninguém é insubstituível? Por que uma mera máquina, conjunto de peças dispostas entre si de tal forma, que registram as luz e apenumbra, não seia substituível?
Fiquei a tal coisa. Por que não?  Saí então pelas ruas da cidade procurando uma de tantas casas de eletrônicos que encontrei. Eram muitas e muitos turistas e não turistas dentro e ofertas e coisas incríveis por preços tão vantajosos.
Mesmo querendo comprar uma nova, levava a velha na mochila e sempre perguntava se para ela haveria uma segunda chance, um ressucitamento inesperado. Ninguém arriscava uma resposta positiva e um vendedor mais conforme aos nossos tempos de feliz consumo descompromissado com o futuro, soltou a pérola: - joga fora e compra outra.
Não sei fazer isso, comprei uma pequenina, apenas para registrar os tantos dias de viagem que faltava cumprir, mas confess que sem o prazer de ouvir o clique vigoroso da minha velha e boa, mas digital, fique claro, máquina de fotografar.
Voltei para o Brasil e encontrei uma loja em Juiz de Fora que a trouxe de volta à vida.
Por isso esse blog esteve tão parado, sentia falta da máquina complementar os textos e també porque queria poder escrever um texto contra o joga fora degenerado desses tempos de consumo. Consumo que se estende de coisas a seres. Da matéria ao espirito.
Taí minha máquina de volta.

1 comentários:

Jonathan Ferrari disse...

Essa história eu já sabia =]

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