segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sobre títulos

Meu coração posto a nu é o título de um poema de Baudelaire. Na verdade o título é Mon couer mis a nu, posto que Baudelaire escrevia em francês, então para quem reclamou pelo fato de eu usar esse título, devo dizer que foi apenas uma citação. Aliás conheço outra tradução para o mesmo poema com o seguinte título: Meu coração desnudado. Não consigo me decidir sobre qual é o mais adequado, o outro é mais literal, é claro, e também tem algo de inusitado. Fiquei com ele.
Da mesma forma a foto com o nome do filme do Glauber, é que lagartos me lembram... a idade da Terra. Lagartos me parecem com uma forma nossa ancestral.
Daí a conclusão é borgeana, numa interpretação minha: o mundo é um sistema de citações.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Meu coração posto a nu

Rodoviarias, aeroportos, postos de gasolina na beira de estradas.
A desterritorialização.
O mundo amplo e exposto de cada um desses lugares.
Uma espécie de não-mundo, ou de novo mundo...
Uma coisa Ibérica
XXImsndigaok

A idade da Terra

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Intrigante

O que me intriga nessa foto é tentar imaginar por que alguém procurou um pedaço de madeira, tinta, pensou essa frase, escreveu-a e depois pendurou-a nessa espécie de cerca viva. Seria uma mensagem para ele mesmo, para outrem, ou outrens?
 E o mais estranho, isso está numa das praias de Trindade, RJ.
Me parece uma mensagem desencantada, mas por fim pode ser de sarcasmo bem grande.
Conclusão amadora: esse mundo está poluido de mensagens.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Segunda é um dia lindo*

Ontem, domingo, no silêncio do terreno, do outro lado do rio, li algumas páginas do Poema Sujo, de Ferreira Gullar, um livro que um amigo me deu.
É difícil ler esse poema sem que nos emocionemos, pois que trata de tudo isso que não entendemos, mas dentro do qual estamos, esse enigma decifrado só em sonhos.
Lá pelas tantas, no poema, Gullar diz que se ele morre ou qualquer outra pessoa"muitas pequenas coisas acontecidas no planeta estarão esquecidas para sempre".
O fato de ter lido isso hoje se misturou com coisas que pensava enquanto só ouvia o vento: quanto conhecimento se perde quando perdemos alguem para a indizível( isso é machadiano).
Quantas questões, talvez a resposta que eu procuro, aquela pessoa que morreu em Jacarta soubesse e eu jamais saberei. Ou as memórias de certos dias, que poderiam resgatar nossa ilusões perdidas, ou um texto pensado e jamais escrito...
Esse pedacinho do poema me trouxe a esse texto mal escrito, entre o pé de acerola e o de araçá
Mas tornou meu domingo mais plausível.

*frase de uma música do Chico Science, que foi cedo e podia ter dito mais, mas valeu...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

É verão no Brasil 3



Praia de Copacabana, Rio de Janeiro
Praça São Sebastião, Três Rios, RJ

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Mineirice prá Bel

Sensabê oncetá pensei: oncotô? Senti saudade. Cê tá bem? Grazadeus. Então peguei o onslá e vazei véi. Sacumé. Procurá o caminho prá saber: cetalá? Oncovô? Fui prá Minas. Poraí. Depois passalá.
Pensei cefosse sápassá. Ce num foi fiquei lá.  Concotô? Tococê. Com todo mundo. Tô sozim. Vassabê. Então tá. Passa lá. Já cabô, o chororô.

Trindade - RJ

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Bicicleta

São quase sete horas da noite e volto do terreno para a cidade, pedalando minha bike.
O sol está se pondo, mas ainda falta muito para isso, pois é verão e ele vai se por mesmo, lá pelas sete e cinquenta e oito da noite. Sei lá...
A luz do sol nesse ângulo do dia é magnífica. Não sei se palavras poderiam descrever.
Claro, um grande poeta poderia, não sou um deles.
Penso em Robert Frost, que fez de um pequeno momento do sol sobre a terra um grande poema.
Um dos poemas mais belos e desesperançados que eu conheço e cujo verso inicial, simplesmente diz: "nada que é dourado permanece".
Mas eu estou falando de outra coisa: do por do sol e é de se esperar que venha a noite. Apenas admiro a efêmera beleza desse cair da tarde, enquanto pedalo  minha bicicleta, talvez o mais gentil dos inventos humanos.
Atravesso a ponte e aos poucos o dourado abandona a terra que eu olho.
Mas amanhã o sol se levantará e por segundos encontraremos em nós o divino da existência, no dourado efêmero que se derramará sobre a terra.
Depois, poderemos nos concentrar nas atividades comuns do dia a dia... mas com o brilho guardado nos olhos da lembrança.
Isso é um exemplo do que um passeio de bicicleta pode proporcionar.
Sorrisos.

Geometria de praia