terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Bicicleta

São quase sete horas da noite e volto do terreno para a cidade, pedalando minha bike.
O sol está se pondo, mas ainda falta muito para isso, pois é verão e ele vai se por mesmo, lá pelas sete e cinquenta e oito da noite. Sei lá...
A luz do sol nesse ângulo do dia é magnífica. Não sei se palavras poderiam descrever.
Claro, um grande poeta poderia, não sou um deles.
Penso em Robert Frost, que fez de um pequeno momento do sol sobre a terra um grande poema.
Um dos poemas mais belos e desesperançados que eu conheço e cujo verso inicial, simplesmente diz: "nada que é dourado permanece".
Mas eu estou falando de outra coisa: do por do sol e é de se esperar que venha a noite. Apenas admiro a efêmera beleza desse cair da tarde, enquanto pedalo  minha bicicleta, talvez o mais gentil dos inventos humanos.
Atravesso a ponte e aos poucos o dourado abandona a terra que eu olho.
Mas amanhã o sol se levantará e por segundos encontraremos em nós o divino da existência, no dourado efêmero que se derramará sobre a terra.
Depois, poderemos nos concentrar nas atividades comuns do dia a dia... mas com o brilho guardado nos olhos da lembrança.
Isso é um exemplo do que um passeio de bicicleta pode proporcionar.
Sorrisos.

1 comentários:

tulio cassio disse...

Pequenos momentos.

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