Xingu
O mais trágico da história do Brasil, é que nela, há uma guerra escondida.
Uma guerra não nomeada como guerra e que no entanto se desenrola a quinhentos anos, desde que os portugueses aqui chegaram.
Essa guerra não dita, é contra o povo que aqui ainda vive, aos trancos e barrancos e que paga caro para que possamos ocupar o território, abrir as "novas fronteiras agrícolas'...
Sempre me irritei com os irmãos Vilas Boas. Só me acalmei quando li "A marcha para o Oeste".
Em última análise eles não sabiam o que estavam começando, mas acabaram sabendo o que estavam terminando e isso os redime...
Mas não redime nossa história.
Rondon, os Vilas Boas e se olharmos para trás até os naturalistas europeus, além é claro, os bandeirantes, nada mais fizeram que abrir as veias da América Latina... e escrevo assim só para fazer uma citação que por fim me faça parecer sofisticado...mas a questão é muito séria, é mesmo uma questão dura, pois civilizações foram e estão sendo destruídas e não é um filme que, bonito, pois a luz do centro oeste é selvagem e bela, que vai, redimindo os sertanistas, nos redimir como povo ocupante.
Se hoje já não podemos falar assim, o que podemos falar sobre os posseiros, os fazendeiros, a bancada ruralista, os homens fogosos com a motosserra na mão?
Há índios sendo mortos agora e eu estou no meu quarto, confortavelmente instalado na frente de um computador, escrevendo isso e depois vou comer alguma coisa... não sem um certo desconforto, mas mais o quê?
Na Piauí de abril, Fernanda Torres escreveu um belo texto sobre a sua experiência filmando Kuarup, a partir do momento que viu o trailer de Xingu.
Achei bonito quando ela disse que somos os índios, porque ela entendeu a força deles e da natureza do Brasil. Do Brasil que dificilmente tocamos aqui na roda viva das cidades.
Mas eu entendi que somos índios enquanto lia o texto da Fernanda, por que a guerra brasileira nos atinge na nossa humanidade.
Atinge a humanidade.
O mais trágico da história do Brasil, é que nela, há uma guerra escondida.
Uma guerra não nomeada como guerra e que no entanto se desenrola a quinhentos anos, desde que os portugueses aqui chegaram.
Essa guerra não dita, é contra o povo que aqui ainda vive, aos trancos e barrancos e que paga caro para que possamos ocupar o território, abrir as "novas fronteiras agrícolas'...
Sempre me irritei com os irmãos Vilas Boas. Só me acalmei quando li "A marcha para o Oeste".
Em última análise eles não sabiam o que estavam começando, mas acabaram sabendo o que estavam terminando e isso os redime...
Mas não redime nossa história.
Rondon, os Vilas Boas e se olharmos para trás até os naturalistas europeus, além é claro, os bandeirantes, nada mais fizeram que abrir as veias da América Latina... e escrevo assim só para fazer uma citação que por fim me faça parecer sofisticado...mas a questão é muito séria, é mesmo uma questão dura, pois civilizações foram e estão sendo destruídas e não é um filme que, bonito, pois a luz do centro oeste é selvagem e bela, que vai, redimindo os sertanistas, nos redimir como povo ocupante.
Se hoje já não podemos falar assim, o que podemos falar sobre os posseiros, os fazendeiros, a bancada ruralista, os homens fogosos com a motosserra na mão?
Há índios sendo mortos agora e eu estou no meu quarto, confortavelmente instalado na frente de um computador, escrevendo isso e depois vou comer alguma coisa... não sem um certo desconforto, mas mais o quê?
Na Piauí de abril, Fernanda Torres escreveu um belo texto sobre a sua experiência filmando Kuarup, a partir do momento que viu o trailer de Xingu.
Achei bonito quando ela disse que somos os índios, porque ela entendeu a força deles e da natureza do Brasil. Do Brasil que dificilmente tocamos aqui na roda viva das cidades.
Mas eu entendi que somos índios enquanto lia o texto da Fernanda, por que a guerra brasileira nos atinge na nossa humanidade.
Atinge a humanidade.
1 comentários:
Me sinto impotente...
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