quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Agressividade brasileira

Caminhando por Lisboa, não pude deixar de pensar sobre o trânsito, lá e cá.
Primeiramente Lisboa é uma cidade bem mais calma do que as nossas, até mesmo Três Rios, que possui uns 80 mil habitantes, me parece mais agitada do que uma cãs capitais européias, e devo dizer rapidamente, ponto para Lisboa,  não para Três Rios.
Lisboa possui um sistema de transporte que junta passado e presente de maneira brilhante, facilitado a vida de seus habitantes e diminuindo a necessidade do uso do automóvel e mesmo da visão do automóvel como um símbolo de status. É útil para deslocamentos maiores, mas a cidade oferece cidadania ao facilitar a vida de todos.
Três Rios, por outro lado, dificulta a vida do pedestre, até as calçadas foram tiradas do cidadão e quando foram feitas as áreas para os mesmos, logo o cdl, com minusculas mesmo, reivindicou o espaço para os automóveis.
Custa a crer nessa fixação brasileira pelo automóvel, dizer que é um pênis maior já virou clichê, posso apenas constatar o fato e temer pelos pedestres.
Digo isso, pois vejo uma grande agressividade no transito, e isso me assusta pois vidas estão em jogo.
 A partir do stress de um motorista que se julga com mais direitos que qualquer outra pessoa, o transito no Brasil é uma carnificina.
Mas nossa agressividade nao para por ai, está impregnada na nossa sociedade e fico pensando de onde vem.
Concordo que trezentos anos de escravidão pode explicar um pouco isso, pois dessa escravidão vem a idéia que uns sao melhores que outros, possuem uma cidadania que outros não tem.
Mas há uma falta de educação crescente na sociedade brasileira, falta gentileza, até mesmo para aqueles que usam camisas onde se lê: gentileza gera gentileza.
Acho que pensar nossa agressividade é urgente para reverter o quadro, embora eu não seja otimista quanto a essa possibilidade.
Voltarei ao tema, há mais coisa a serem ditas.

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