quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
É verão no Brasil
de cima para baixo: piscina do CAER em Três Rios - RJ, o morro da torre visto do segundo trampolim da piscina do CAER, a mesma piscina para David Hockner, praia do Recreio no Rio de Janeiro, a mesma praia num dia muito bonito; Ipanema e Leblon, vistas do mirante do Leblon, barraca com figa contra mal olhado em Copacabana, e por último transatlântico ancorado no porto do Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, coração do meu Brasil. Fotos tiradas entre 28 e 29 de dezembro de 2010.
Bom ano novo para todos.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Pode crê, amizade...
Com estas fotos pensei em terminar um texto sobre viagens e amizade, pois está claro que uma coisa se liga à outra. Até cheguei a esboçar tal texto, mas por fim ele não fazia jus, esteticamente a importância que dou ao fato de possuir amigos. Até pesquisei o que alguns filósofos e escritores disseram sobre o assunto, mas realmente desisti.
Então fiquemos só com as fotos.
Acerca da primeira: é ilustrativa sobre um tempo, fim dos anos 80, quando faziamos viagens entre o estado de Minas e do Rio, num galaxie, parecido com esse dodge da foto, que era do Marcelo. Eram viagens bem divertidas e malucas e o mais engraçado era chegar numa pequena cidade com um carro como este. Equivalia a chegar numa nave espacial e faziamos enorme sucesso, conheciamos quase a cidade toda e muitas vezes eramos convidados para passar a noite em fazendas ou casas no centro da cidade, no dia seguinte sempre rolava uma cachoeira, sem falar nas festas...
A segunda foto, tirada pela Marise e encontrada nos arquivos de seu laboratório fotográfico, no dia 25 de dezembro de 2010, é um registro de uma viagem a Ibitipoca, note-se a toalha de chita, um luxo naqueles anos 90, nesse lugar tão sossegado de Minas.
A Ibitipoca ainda vou muito e pessoas queridas moram ou tem casa lá, quem não conhece deveria conhecer e a pousada da Marise, Alto dos Manacás é a mais bonita.
São só duas fotos e portanto estão faltando outros amigos e amigas, depois farei outras postagens. Por agora fica só esse comentário sobre como é bom viajar com os amigos e guardar as lembranças.
Então fiquemos só com as fotos.
Acerca da primeira: é ilustrativa sobre um tempo, fim dos anos 80, quando faziamos viagens entre o estado de Minas e do Rio, num galaxie, parecido com esse dodge da foto, que era do Marcelo. Eram viagens bem divertidas e malucas e o mais engraçado era chegar numa pequena cidade com um carro como este. Equivalia a chegar numa nave espacial e faziamos enorme sucesso, conheciamos quase a cidade toda e muitas vezes eramos convidados para passar a noite em fazendas ou casas no centro da cidade, no dia seguinte sempre rolava uma cachoeira, sem falar nas festas...
A segunda foto, tirada pela Marise e encontrada nos arquivos de seu laboratório fotográfico, no dia 25 de dezembro de 2010, é um registro de uma viagem a Ibitipoca, note-se a toalha de chita, um luxo naqueles anos 90, nesse lugar tão sossegado de Minas.
A Ibitipoca ainda vou muito e pessoas queridas moram ou tem casa lá, quem não conhece deveria conhecer e a pousada da Marise, Alto dos Manacás é a mais bonita.
São só duas fotos e portanto estão faltando outros amigos e amigas, depois farei outras postagens. Por agora fica só esse comentário sobre como é bom viajar com os amigos e guardar as lembranças.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Relato (pequeno) de um ano estranho
Jean Paul Sartre escreveu um livro chamado "Relato de uma guerra estranha". Estava lotado no exército francês durante a 2a guerra. No início da guerra, antes da França ser ocupada. Pouco tempo antes. Não parece, pelos relatos, que uma tempestade se aproximava e na verdade a tempestade chegou muito tempo depois. Praticamente na hora do rescaldo, como aparece naquele filme cujo diretor não recordo o nome, "Lacombe Lucien". Ou seja a tempestade veio disfarçada nos colaboracionistas. Felizmente os franceses tinham a resistência e essa os salvou do desastre moral em meio ao desastre histórico.
Mas não é sobre isso esse texto. É sobre meu ano de 2010, um ano estranho. Estranho porque não ficou claro o quanto realmente de ruim aconteceu, porque foi como no livro do Sartre, coisas ruins dissolvidas no cotidiano inquestionável.
Claramente não posso citar acontecimentos. Poderia citar antiacontecimentos, situações onde se percebe que coisas disparatadas ocorrem, mas nomea-las é dar-lhes mais valor do que possuem.
É estranho essa época, ou melhor esse ano, porque tudo pode ser justificado nos parametros individuais, idiossincráticos ou egocêntricos e aí o valor das justificativas se esvaem pelo ralo da vaidade.
(Valeu pelo Eclesiastes, Heleno).
A composição do ano, nao revela sua complexidade subjacente. O gosto dos desacontecimentos são como vertigens de Alice, só no espelho.
A guerra para Sartre, chegava, mesmo ele estando na caserna, pelo rádio.
Minha guerra taí. No estranho cotidiano das idiossincrasias insensatas.
To be continued---------------or not
Mas não é sobre isso esse texto. É sobre meu ano de 2010, um ano estranho. Estranho porque não ficou claro o quanto realmente de ruim aconteceu, porque foi como no livro do Sartre, coisas ruins dissolvidas no cotidiano inquestionável.
Claramente não posso citar acontecimentos. Poderia citar antiacontecimentos, situações onde se percebe que coisas disparatadas ocorrem, mas nomea-las é dar-lhes mais valor do que possuem.
É estranho essa época, ou melhor esse ano, porque tudo pode ser justificado nos parametros individuais, idiossincráticos ou egocêntricos e aí o valor das justificativas se esvaem pelo ralo da vaidade.
(Valeu pelo Eclesiastes, Heleno).
A composição do ano, nao revela sua complexidade subjacente. O gosto dos desacontecimentos são como vertigens de Alice, só no espelho.
A guerra para Sartre, chegava, mesmo ele estando na caserna, pelo rádio.
Minha guerra taí. No estranho cotidiano das idiossincrasias insensatas.
To be continued---------------or not
domingo, 12 de dezembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Expedito e Argos
Roger Grenier escreveu um livro chamado em português "Da dificuldade de ser cão" (Cia das Letras-2002), um livro para quem ama os cães, mas nem por isso precisa ler literatura piegas que depois vira filme, tratando da relação entre humanos e caninos. Diria que é um classudo livro de raça.
Alíás, o título em francês é Les larmes d'Ulysse. Sendo Ulysse o cão do autor, mas nem por isso deixei de fazer uma digressão pensando no Ulisses da Odisséia e seu encontro, já em Itaca, com aquele que foi o único a reconhece-lo fingindo-se mendigo; seu cão Argos. Talvez um dos pontos altos na literatura ao tratar o cão como o amigo fiel. Também Ulisses, o herói das batalhas cruéis derramou uma lágrima, comovido, por aquela demonstração intangivel de fidelidade. Daí o poético do título original.
O livro é bem divertido, interessante de ver a relação de intelectuais franceses e pequenos burgueses com seus amigos caninos. E cheio de generosidade para humanos e cães.
Por que escrevo isso, nesse blog dedicado às viagens? Primeiro porque isso faz parte da viagem, segundo porque tenho um cão, que se chama Expedito e gosto dele, terceiro porque ele comeu um caramujo e está doente, dias sem comer, tento que lhe dar soro e tudo o mais e portanto com aquele aperto no coração que só quem tem cachorro entende e quarto porque o livro é tão legal que vale a pena le-lo.
E por fim só para brincar com o nome do livro se é dificil ser cão imagine ser dono de cão.
Esse aí da foto é o Expedito.
PS: já tá melhorando.
Alíás, o título em francês é Les larmes d'Ulysse. Sendo Ulysse o cão do autor, mas nem por isso deixei de fazer uma digressão pensando no Ulisses da Odisséia e seu encontro, já em Itaca, com aquele que foi o único a reconhece-lo fingindo-se mendigo; seu cão Argos. Talvez um dos pontos altos na literatura ao tratar o cão como o amigo fiel. Também Ulisses, o herói das batalhas cruéis derramou uma lágrima, comovido, por aquela demonstração intangivel de fidelidade. Daí o poético do título original.
O livro é bem divertido, interessante de ver a relação de intelectuais franceses e pequenos burgueses com seus amigos caninos. E cheio de generosidade para humanos e cães.
Por que escrevo isso, nesse blog dedicado às viagens? Primeiro porque isso faz parte da viagem, segundo porque tenho um cão, que se chama Expedito e gosto dele, terceiro porque ele comeu um caramujo e está doente, dias sem comer, tento que lhe dar soro e tudo o mais e portanto com aquele aperto no coração que só quem tem cachorro entende e quarto porque o livro é tão legal que vale a pena le-lo.
E por fim só para brincar com o nome do livro se é dificil ser cão imagine ser dono de cão.
Esse aí da foto é o Expedito.
PS: já tá melhorando.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Viagem ao Brasil: cinema
Nenhuma informação que eu procurava foi obtida.
Caminhei pelo aeroporto com raiva e desilusão.
As coisas são mais complicadas.
Olhei o painel que avisava voo para Uberlândia sei lá que horas. Pensei: _ o que significa uberlândia. uber sobre alemão terra. Algo sobre a terra? sei lá, quanta bobagem. Apenas queria um voo para Juiz de Fora. Depois de La Paz e Santa Cruz de la Sierra valia a pena, em 50 minutos ou menos estar em Juiz de Fora, saindo de São Paulo...mas não rolou.
Conformado fui para o Terminal Tietê e quase enfarto ao saber que ônibus para Três Rios ou Juiz de Fora só as onze da noite e eram 4 da tarde.
Pior que a rodoviária pequena, feia e desconfortável de Cusco. Quanta presunção. O Brasil é só América do Sul e isso é mais presunção. O que a gente não dá conta é que estamos só no prólogo do filme, não dá ainda para concluir nada sobre o desfecho. Cinema.
Sento no café e alguém toca piano. Peço um chopp, não vou escrever nada por enquanto, esse país é muito grande.
Caminhei pelo aeroporto com raiva e desilusão.
As coisas são mais complicadas.
Olhei o painel que avisava voo para Uberlândia sei lá que horas. Pensei: _ o que significa uberlândia. uber sobre alemão terra. Algo sobre a terra? sei lá, quanta bobagem. Apenas queria um voo para Juiz de Fora. Depois de La Paz e Santa Cruz de la Sierra valia a pena, em 50 minutos ou menos estar em Juiz de Fora, saindo de São Paulo...mas não rolou.
Conformado fui para o Terminal Tietê e quase enfarto ao saber que ônibus para Três Rios ou Juiz de Fora só as onze da noite e eram 4 da tarde.
Pior que a rodoviária pequena, feia e desconfortável de Cusco. Quanta presunção. O Brasil é só América do Sul e isso é mais presunção. O que a gente não dá conta é que estamos só no prólogo do filme, não dá ainda para concluir nada sobre o desfecho. Cinema.
Sento no café e alguém toca piano. Peço um chopp, não vou escrever nada por enquanto, esse país é muito grande.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
domingo, 31 de outubro de 2010
O mundo
O mundo é grande ou é pequeno?
O que é o mundo?
O mundo é tanta coisa. O mundo depende. O mundo são leituras e leituras são posturas e posturas são histórias e histórias são pessoas.
E pessoas são histórias e histórias são posturas e posturas são leituras e leituras são mundos.
Mas isso é fácil.
Pessoas são cristalizações, cristalizações geram leituras e mundo são cristalizações.
Isso é mais difícil, pois não dá para fingir o que sentimos. O relativismo é bom para revistas semanais de leitura fácil.
"Viver é muito perigoso", dizia Guimarães Rosa.
Viver é conquistar o mundo e por ele ser conquistado.
Mas também é dizer a si mesmo: até onde podemos ir?
Seja conquistando povos e desfazendo seus templos, seja, sobre esses templos construindo os nossos templos.
Falo isso pensando nos Incas, mas também em mim.
Agora, nessa idade, pergunto-me o que os homens realmente constroem.
O que realmente construimos?
O que é o mundo?
O mundo é tanta coisa. O mundo depende. O mundo são leituras e leituras são posturas e posturas são histórias e histórias são pessoas.
E pessoas são histórias e histórias são posturas e posturas são leituras e leituras são mundos.
Mas isso é fácil.
Pessoas são cristalizações, cristalizações geram leituras e mundo são cristalizações.
Isso é mais difícil, pois não dá para fingir o que sentimos. O relativismo é bom para revistas semanais de leitura fácil.
"Viver é muito perigoso", dizia Guimarães Rosa.
Viver é conquistar o mundo e por ele ser conquistado.
Mas também é dizer a si mesmo: até onde podemos ir?
Seja conquistando povos e desfazendo seus templos, seja, sobre esses templos construindo os nossos templos.
Falo isso pensando nos Incas, mas também em mim.
Agora, nessa idade, pergunto-me o que os homens realmente constroem.
O que realmente construimos?
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
A invasão continua
Cheguei em Cusco, lá pelas onze da noite, depois de uma viagem muito ruim.
O motorista de taxi me deixou num hostal do qual, mais tarde, saí para procurar algo para comer e nesse caminho me deparei com o Qorikancha.
O Qorikancha é o antigo templo do sol, que os espanhóis destruiram para construir um mosteiro dominicano.
Na verdade a base ainda é o antigo templo do sol inca.
É incrivel ver o processo de dominaçao de um império sobre outro.
Não temos isso no Brasil.
Fiquei ali parado vendo a história como pedra.
Sei que a história vai além disso, mas o concreto choca pela visibilidade e também quando o povo passa por nós e os guias turísticos vão contando suas histórias de forma anacrônica.
A história dos Incas é um mistério, mesmo que possa ser contada de forma simples pela arqueologia e pelos manuais de história. Os quipus foram destruidos. Eles não tinham lingua escrita e nem mesmo se sabe, ao certo, se falavam quechua.
O professor da Yale, que chegou em Machu Picchu, em 1911, Hiram Bingham, em seu livro, Acidade perdida dos Iincas, sem tradução em português, possui teorias interessantes, mas muitos arqueólogos e historiadores contemporâneos discordam.
Num outro dia entrei num taxi para o terminal de ônibus. O motorista sacou que eu era gringo e me fez perguntas.
Ao dizer que era do Brasil, ele sorriu e perguntou o que estava achando. Como sou um deslumbrado, disse que era tudo maravilhoso. Ele se mostrou interessado e disse que era uma pena os espanhóis terem destruido tanta coisa. Concordei. Ele, então, fez uma saudação em quechua.
Como que para mostrar que eu entendia onde ele queria chegar, disse que nós, os turista, eramos a continuação da invasão espanhola. Ele riu satisfeito. Saí do carro e quando ele já dobrava a esquina vi que na minha mão, fechada, estavam os três soles, com os quais deveria ter pago a corrida.
Tentei chama-lo, acenando. Ele sumiu no trânsito caótico.
Ri e fiquei pensando se aquele encontro significara algo.
Talvez fosse o link entre o primeiro e o último parágrafo desse texto.
Caminhei sorrindo entre as cabines da rodoviária de Cusco.
O motorista de taxi me deixou num hostal do qual, mais tarde, saí para procurar algo para comer e nesse caminho me deparei com o Qorikancha.
O Qorikancha é o antigo templo do sol, que os espanhóis destruiram para construir um mosteiro dominicano.
Na verdade a base ainda é o antigo templo do sol inca.
É incrivel ver o processo de dominaçao de um império sobre outro.
Não temos isso no Brasil.
Fiquei ali parado vendo a história como pedra.
Sei que a história vai além disso, mas o concreto choca pela visibilidade e também quando o povo passa por nós e os guias turísticos vão contando suas histórias de forma anacrônica.
A história dos Incas é um mistério, mesmo que possa ser contada de forma simples pela arqueologia e pelos manuais de história. Os quipus foram destruidos. Eles não tinham lingua escrita e nem mesmo se sabe, ao certo, se falavam quechua.
O professor da Yale, que chegou em Machu Picchu, em 1911, Hiram Bingham, em seu livro, Acidade perdida dos Iincas, sem tradução em português, possui teorias interessantes, mas muitos arqueólogos e historiadores contemporâneos discordam.
Num outro dia entrei num taxi para o terminal de ônibus. O motorista sacou que eu era gringo e me fez perguntas.
Ao dizer que era do Brasil, ele sorriu e perguntou o que estava achando. Como sou um deslumbrado, disse que era tudo maravilhoso. Ele se mostrou interessado e disse que era uma pena os espanhóis terem destruido tanta coisa. Concordei. Ele, então, fez uma saudação em quechua.
Como que para mostrar que eu entendia onde ele queria chegar, disse que nós, os turista, eramos a continuação da invasão espanhola. Ele riu satisfeito. Saí do carro e quando ele já dobrava a esquina vi que na minha mão, fechada, estavam os três soles, com os quais deveria ter pago a corrida.
Tentei chama-lo, acenando. Ele sumiu no trânsito caótico.
Ri e fiquei pensando se aquele encontro significara algo.
Talvez fosse o link entre o primeiro e o último parágrafo desse texto.
Caminhei sorrindo entre as cabines da rodoviária de Cusco.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Deu zebra
O trânsito em La Paz é caótico e para tentar ordena-lo, a prefeitura criou a figura das zebras, homens fantasiados como tal. Parece piada pronta, mas é que o traçado da zebra lembra a faixa de pedestres.
Por favor, pediria, se estivesse num bar agora, me dá um traçado.
sábado, 16 de outubro de 2010
Wuiypala
Esta é a bandeira que representa os povos originários dos Andes e desde o início do governo Morales tremula em frente a todos os prédios públicos, junto com a bandeira tradicional do país, dando sentido à idéia de um Estado Plurinacional. .
Wayna Picchu
Ainda nao consegui escrever nada sobre Machu Picchu e Wayna Picchu porque nao sei o que dizer sobre o que vi e a experiência que tive. Nao sei se aquilo existe de verdade.
Fronteira Peru - Bolívia
É dificil, nas rodoviárias, sejam na Bolívia ou no Peru, escolher a empresa certa para viajar. Enfim escolhi a empresa errada, pois quando olhei na área de desembarque, iria para La Paz saindo de Cusco, iria no ônibus mais feio. Que fazer? perguntaria Lenin. Ir simplesmente.
Mas nao era tao simples assim, pois meu intestino, por algo comi, nao sei o que, estava a beira de uma revoluçao sangrenta, ou no mínimo uma revolta estudantil.
Parado na porta do ônibus nao sabia se deveria subir e encarar as 12 horas de viagem, ou se procurava um hotel por aquela noite.
Resolvi entrar no ônibus e encarar o desafio. mas fui com medo.
Sentei ao lado de um francês que gentilmente me ofereceu um pedaço de bolo. A essa altura parecia estar com febre. Deitei no banco semi leito e por obra dos deuses incas, dormi.
Acordei muitas horas depois e por incrivel que pareça o intestino estava apaziguado, a revoluçao fracassara, os estudantes estavam tranquilos em sala de aula.
Mesmo assim o corpo doia da experiência de Machu Picchu e Wayna Picchu, principalmente.
Somos obrigados a descer na fronteira Peru - Bolívia. Caos total. Fila enorme na imigraçao e depois esperar uma cerimônia na ponte entre os dois países, que segundo apurei, ocorre todo dia. E eu ali achando que ia desmaiar num frio de 8 graus.
Alguns peruanos cantam o hino nacional. Outros querem passar logo.
Digo para o francês que aquilo poderia ser feito de outra maneira. ele me responde sorrindo: - Deixa, é a América do Sul.
Entao era isso. Varios olhares sobre o mesmo acontecimento. Os nacionais, os patriota, os apressados do comércio, o que via tudo aquilo como algo exótico, descolado de sua experiência existencial, o meu olhar querendo fazer semiótica, mas na verdade louco para deitar na poltrona cinza e feia do ônibus e cheio de fome, mas com medo de comer, ainda faltavam 3 horas de viagem.
Depois, também me senti desamparado. Sou da América do Sul e tao distante do que via e por fim disse para o francês: -Mas a América do Sul sao muitas...
E entao dormi mais um pouco até chegar em La Paz.
Mas nao era tao simples assim, pois meu intestino, por algo comi, nao sei o que, estava a beira de uma revoluçao sangrenta, ou no mínimo uma revolta estudantil.
Parado na porta do ônibus nao sabia se deveria subir e encarar as 12 horas de viagem, ou se procurava um hotel por aquela noite.
Resolvi entrar no ônibus e encarar o desafio. mas fui com medo.
Sentei ao lado de um francês que gentilmente me ofereceu um pedaço de bolo. A essa altura parecia estar com febre. Deitei no banco semi leito e por obra dos deuses incas, dormi.
Acordei muitas horas depois e por incrivel que pareça o intestino estava apaziguado, a revoluçao fracassara, os estudantes estavam tranquilos em sala de aula.
Mesmo assim o corpo doia da experiência de Machu Picchu e Wayna Picchu, principalmente.
Somos obrigados a descer na fronteira Peru - Bolívia. Caos total. Fila enorme na imigraçao e depois esperar uma cerimônia na ponte entre os dois países, que segundo apurei, ocorre todo dia. E eu ali achando que ia desmaiar num frio de 8 graus.
Alguns peruanos cantam o hino nacional. Outros querem passar logo.
Digo para o francês que aquilo poderia ser feito de outra maneira. ele me responde sorrindo: - Deixa, é a América do Sul.
Entao era isso. Varios olhares sobre o mesmo acontecimento. Os nacionais, os patriota, os apressados do comércio, o que via tudo aquilo como algo exótico, descolado de sua experiência existencial, o meu olhar querendo fazer semiótica, mas na verdade louco para deitar na poltrona cinza e feia do ônibus e cheio de fome, mas com medo de comer, ainda faltavam 3 horas de viagem.
Depois, também me senti desamparado. Sou da América do Sul e tao distante do que via e por fim disse para o francês: -Mas a América do Sul sao muitas...
E entao dormi mais um pouco até chegar em La Paz.
liberdade na mídia
A gritaria está grande, o senado boliviano aprovou a lei que pune midias e jornalistas que façam reportagens ou programas de cunho racista.
Os artigos da lei, que mais incomodam sao o 16, que prevê suspender a licença dos meios de comunicaçao que difundam mensagens racistas e o artigo 23, que dispoe que o trabalhador de meio de comunicaçao que infrigir tal lei nao poderá alegar imunidade nem pedir foro privilegiado.
Para os que questionam a lei ela entra em contradiçao com a constituiçao politica do estado boliviano, escrita há 28 anos quando os bolivianos deram fim ao ciclo de ditaduras que asssombrou o país durante o seculo XX.
Os que apoiam a lei, que diga-se de passagem foi proposta pelo único parlamentar de origem afro-boliviana, sao, a Confederación Sindical Unica dos Trabajadores Campesinos de Bolivia, a Confederación de Pueblos Indigenas de Bolivia e as Bartolinas, grupo de mulheres que defende os direitos femeninos em amplo expectro.
A oposiçao a Evo Morales diz que toda essa questao se resume a uma manobra do MAS, Movimiento al Socialismo, partido do governo, para calar a imprensa.
Na Tv os debates sao acalorados pois se questionam os filigranas da questao, tipo, os humoristas nao poderao mais imitar homossexuais, ou mesmo se poderao fazer troça com as chollas, ou como fazer piada sobre costumes deste ou daquele grupo etnico, ou de um politico.
Há jornalista fazendo greve,alguns jornais tem sido mais radicais em suas critica, principalmente o La Razón, claramente anti governamental. Ser anti governamental é ótimo mas acho que as criticas a tal lei na verdade sao muito superficiais, há um exagero, uma necessidade de simplismente se opor. existem muito jornais de esquerda, que tem escrito textos muito interessantes na defesa da lei, afinal, basta olhar e se vê, é uma sociedade feita a partir da exploraçao radical de parte dos seus habitantes, a maioria, de origem indigenas, que para os grupos dominantes e isso desde o período colonial, sao uns barbaros em seus costumes e deles é fácil debochar.
Para a sociedades da nossa América é dificil encarar essas questoes, pois no fundo estamos repensando nossos fundamentos, que para muitos sao legítimos. Como no Brasil, onde as açoes afirmativas sao vistas como incentivo a separaçao da sociedade em cores, como se nao houvesse uma real necessidade de compensar a populaçao afro descendete por 500anos de segregaçao, ou isso tudo que podemos ver da janela nao é segregaçao?
Voltando a questao da imprensa é claro que é preciso repensa-la, por exemplo, no Brasil, que eu me recorde, só o Estado de Sao Paulo, noticiou a ida do Franckin Martins à Europa com o intuito de analisar como alguns paises regulam os órgaos midiaticos. O interessante é ficar sabendo que lá, nos paises do capitalismo avançado, da democracia sem tréguas, há regulamentaçao da midia, seja no sentido de impedir a concentraçao dos mesmos nas maos de poucos grupos ou famílias, seja na exigencia de pluralismo poilitico ou na proteçao do publico infantil, para citar só alguns aspectos.
No mínimo a questao da concentraçao dos meios de comunicaçao já dá um debate violento no nosso país de poucos escrevendo, filmando e falando para todos.
Pois é isso, nas democracias européias os meios de comunicaçao sao regulados e nas nossas?
Isso claro sem que a liberdade de expressao seja comprometida, daí há um longo DIALOGO, pela frente.
Os artigos da lei, que mais incomodam sao o 16, que prevê suspender a licença dos meios de comunicaçao que difundam mensagens racistas e o artigo 23, que dispoe que o trabalhador de meio de comunicaçao que infrigir tal lei nao poderá alegar imunidade nem pedir foro privilegiado.
Para os que questionam a lei ela entra em contradiçao com a constituiçao politica do estado boliviano, escrita há 28 anos quando os bolivianos deram fim ao ciclo de ditaduras que asssombrou o país durante o seculo XX.
Os que apoiam a lei, que diga-se de passagem foi proposta pelo único parlamentar de origem afro-boliviana, sao, a Confederación Sindical Unica dos Trabajadores Campesinos de Bolivia, a Confederación de Pueblos Indigenas de Bolivia e as Bartolinas, grupo de mulheres que defende os direitos femeninos em amplo expectro.
A oposiçao a Evo Morales diz que toda essa questao se resume a uma manobra do MAS, Movimiento al Socialismo, partido do governo, para calar a imprensa.
Na Tv os debates sao acalorados pois se questionam os filigranas da questao, tipo, os humoristas nao poderao mais imitar homossexuais, ou mesmo se poderao fazer troça com as chollas, ou como fazer piada sobre costumes deste ou daquele grupo etnico, ou de um politico.
Há jornalista fazendo greve,alguns jornais tem sido mais radicais em suas critica, principalmente o La Razón, claramente anti governamental. Ser anti governamental é ótimo mas acho que as criticas a tal lei na verdade sao muito superficiais, há um exagero, uma necessidade de simplismente se opor. existem muito jornais de esquerda, que tem escrito textos muito interessantes na defesa da lei, afinal, basta olhar e se vê, é uma sociedade feita a partir da exploraçao radical de parte dos seus habitantes, a maioria, de origem indigenas, que para os grupos dominantes e isso desde o período colonial, sao uns barbaros em seus costumes e deles é fácil debochar.
Para a sociedades da nossa América é dificil encarar essas questoes, pois no fundo estamos repensando nossos fundamentos, que para muitos sao legítimos. Como no Brasil, onde as açoes afirmativas sao vistas como incentivo a separaçao da sociedade em cores, como se nao houvesse uma real necessidade de compensar a populaçao afro descendete por 500anos de segregaçao, ou isso tudo que podemos ver da janela nao é segregaçao?
Voltando a questao da imprensa é claro que é preciso repensa-la, por exemplo, no Brasil, que eu me recorde, só o Estado de Sao Paulo, noticiou a ida do Franckin Martins à Europa com o intuito de analisar como alguns paises regulam os órgaos midiaticos. O interessante é ficar sabendo que lá, nos paises do capitalismo avançado, da democracia sem tréguas, há regulamentaçao da midia, seja no sentido de impedir a concentraçao dos mesmos nas maos de poucos grupos ou famílias, seja na exigencia de pluralismo poilitico ou na proteçao do publico infantil, para citar só alguns aspectos.
No mínimo a questao da concentraçao dos meios de comunicaçao já dá um debate violento no nosso país de poucos escrevendo, filmando e falando para todos.
Pois é isso, nas democracias européias os meios de comunicaçao sao regulados e nas nossas?
Isso claro sem que a liberdade de expressao seja comprometida, daí há um longo DIALOGO, pela frente.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Aos mineiros do Chile e do mundo
Potosi
No Cerro Potosi
há um demonio
que regula a vida
dos mineiros
Mascar coca
beber
cavar a terra.
Até que das enranhas,
a merda valorosa
seja exposta
e a vida oferecida
em sacrifício.
Sinto pelos mineiros...
a vida pouca
o nao saber porque
perde-se tudo,
num mundo que depois dará valor
ao que as entranhas
expeliram
como dor.
No Cerro Potosi
há um demonio
que regula a vida
dos mineiros
Mascar coca
beber
cavar a terra.
Até que das enranhas,
a merda valorosa
seja exposta
e a vida oferecida
em sacrifício.
Sinto pelos mineiros...
a vida pouca
o nao saber porque
perde-se tudo,
num mundo que depois dará valor
ao que as entranhas
expeliram
como dor.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
De Puno a Cusco, de ônibus
Desde quando visitei o Uyuni, o maior problema, fora a questao dos banheiros, me pareceu ser o transporte.
Todas as empresas saem no mesmo horário, o que dificulta para quem nao quer ou nao pode ir na hora que elas estabelecem.
Os ônibus sao precários, nunca vi um no qual o banheiro funcionasse.
Nao há filas, é um total empurra empurra.Como exemplo relato a viagem de ônibus entre Puno e Cusco.
Diria que começou tranquila, com alguns turistas, mas a maioria dos bancos ocupadaos pela populaçao local. Entre esses, uma adorável garota entrou com uma galinha viva dentro de um saco de plástico preto, isso para uma viagem de 7 horas. Assim lá foi a pobre galinha dentro do saco, no bagageiro, onde estavam as pquenas bolsas e mochilas dos outros viajantes. De vez em quando ela se movia e fazia barulhos.
Depois um grupo de peruanos revelou-se fanático cristao e por pelo meno duas horas ouvimos hinos de louvor a Jesus Cristo. Isso nao é minha idéia de viagem tranquila.
Por fim uma garotinha de uns 4 anos de idade começou a cantar, inclusive o Parabéns para você na versao em ingles, que de ingles nao tinha nada. Foi o momento fofo da viagem.
Também entram ambulantes que vendem de tudo, uma mocinha , que foi o caso mais peculiar, vendia cancacho, que é um assado de cordeiro e temperos de cheiro bastante forte e que ela cortava com um cutelo, pois os ossos ainda estavam lá. As vezes precisava dar um golpe mais forte e levantava o cutelo acima da cabeça dos passageiros. Seria um filme de terror se nao fosse de terrir.. Depois ela vendeu pao e docinhos.
Muitos mais aconteceu, porque parece que peruano nao tem tempo a perder.
Claro que isso tudo acaba sendo pitoresco, mas para quem nao tem muita paciência a viagem pode ser feita de aviao, com tranquilidade, tipo Rio - Lima -Cusco ou Sampa - La Paz - Cusco.
Todas as empresas saem no mesmo horário, o que dificulta para quem nao quer ou nao pode ir na hora que elas estabelecem.
Os ônibus sao precários, nunca vi um no qual o banheiro funcionasse.
Nao há filas, é um total empurra empurra.Como exemplo relato a viagem de ônibus entre Puno e Cusco.
Diria que começou tranquila, com alguns turistas, mas a maioria dos bancos ocupadaos pela populaçao local. Entre esses, uma adorável garota entrou com uma galinha viva dentro de um saco de plástico preto, isso para uma viagem de 7 horas. Assim lá foi a pobre galinha dentro do saco, no bagageiro, onde estavam as pquenas bolsas e mochilas dos outros viajantes. De vez em quando ela se movia e fazia barulhos.
Depois um grupo de peruanos revelou-se fanático cristao e por pelo meno duas horas ouvimos hinos de louvor a Jesus Cristo. Isso nao é minha idéia de viagem tranquila.
Por fim uma garotinha de uns 4 anos de idade começou a cantar, inclusive o Parabéns para você na versao em ingles, que de ingles nao tinha nada. Foi o momento fofo da viagem.
Também entram ambulantes que vendem de tudo, uma mocinha , que foi o caso mais peculiar, vendia cancacho, que é um assado de cordeiro e temperos de cheiro bastante forte e que ela cortava com um cutelo, pois os ossos ainda estavam lá. As vezes precisava dar um golpe mais forte e levantava o cutelo acima da cabeça dos passageiros. Seria um filme de terror se nao fosse de terrir.. Depois ela vendeu pao e docinhos.
Muitos mais aconteceu, porque parece que peruano nao tem tempo a perder.
Claro que isso tudo acaba sendo pitoresco, mas para quem nao tem muita paciência a viagem pode ser feita de aviao, com tranquilidade, tipo Rio - Lima -Cusco ou Sampa - La Paz - Cusco.
domingo, 10 de outubro de 2010
Peru
Já cheguei ao Peru, via Puno, uma cidade às margens do Titicaca.
Nao ficarei por aqui, estou indo para Cusco, longas sete horas de viagem, num ônibus, que eu espero, tenha banheiro, porque se as paradas forem iguais as bolivianas, vai ser dureza, mas, para nao perder a piada, é o Peru né gente...
Nao ficarei por aqui, estou indo para Cusco, longas sete horas de viagem, num ônibus, que eu espero, tenha banheiro, porque se as paradas forem iguais as bolivianas, vai ser dureza, mas, para nao perder a piada, é o Peru né gente...
To no lago, em Copacabana
Copacabana é onde está situado um dos maiores locais de peregrinçao católica da Bolívia. A virgem com esse nome de foi enviada ao Brasil e se tornou a protetora do bairro do Rio de Janeiro.
A Copacabana boliviana é bem pequena, mas daqui se fazem excursoes muito legais para as ilhas do Titicaca, além de que as romarias e da bençao dos automoveis que é um espetaculo a parte.
A Copacabana boliviana é bem pequena, mas daqui se fazem excursoes muito legais para as ilhas do Titicaca, além de que as romarias e da bençao dos automoveis que é um espetaculo a parte.
Assinar:
Postagens (Atom)